sábado, 5 de novembro de 2011

                                 ATEMPORAL   JARDIM
                                                  Eulália M. Radtke

Nenhum tempo existia
nos altares de tua terra interior
Nenhuma distância
entre teus gestos de partilha
e o amor incondicional.
Em tua bagagem
conheci a paz de quem recolhe frutos
para ofertá-los
Em teus olhos
um sino sonante regendo luz
nos caminhos dos que te procuravam.
Em tua voz
 o canto da liberdade
-ainda que de silêncios.
Em tua garganta
um choro fechado por um amor mudo.
Em teus lábios
o riso largo pinçado de pequenas ternuras
e grifos de humor.

Ontem,
Dionísio bateu em minha porta.
Grafou em minha quietude
a notícia de  tua morte.
Espalhando flores de fogo
apontou o infinito
lá onde gravitam os místicos
onde dormem os sátiros
Ofertou-me flores risonhas
                      outras quase maduras.
Disse que te encontraremos em Epidauro
sob o reposteiro d'uma grande arena
- é lá onde brilhas
  eterno e sonoro.
                             (Homenagem a Carlos Roberto Jardim, que durante anos fez público para teatro em toda Santa Catarina, dirigindo a Cia Vira Latas de Teatro.Pessoa especialíssima em entretenimento cultural da cidade de Blumenau)

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